Dédalo-Maze (isto não é um labirinto)
40x77 cm - linha de lã bordado sobre tela sisal.
Inspirado no texto "O DÉDALO E O LABIRINTO: CAMINHAR, IMAGINAR E EDUCAR A ATENÇÃO
Tim Ingold - link texto
Resumo: Se você é educado para saber demais sobre as coisas, há o perigo de ver
seu próprio conhecimento ao invés das coisas em si. Argumento aqui que caminhar
oferece um modelo de educação alternativo que, ao invés de inculcar o conhecimento
dentro das mentes dos alunos, os leva para fora, para o mundo. Eu comparo essas
alternativas à diferença entre o dédalo e o labirinto. O dédalo (maze), que coloca uma
série de escolhas mas predetermina os movimentos implicados em cada uma delas,
põe toda a ênfase nas intenções do viajante. No labirinto (labyrinth), por outro lado, a
escolha não está em questão, mas seguir a trilha exige atenção contínua. A educação
que segue a linha do labirinto não oferece aos pupilos pontos de partida ou posições,
mas constantemente os remove de quaisquer posições que eles possam adotar. É uma
prática de exposição. O tipo de atenção exigida por essa prática se submete às coisas,
e está presente no seu aparecimento. “Aparecer as coisas” equivale à sua imaginação,
no plano da vida imanente. A vida humana é temporalmente esticada entre a
imaginação e a percepção, e a educação, no sentido original do grego scholè, preenche
a lacuna entre ambas. Eu concluo que a “pedagogia pobre” implicada num tipo
de educação que não tem conteúdos a transmitir, nem métodos para fazê-lo, oferece
não obstante uma compreensão do caminho para a verdade. "Tim Ingold"





Residência na Gertrudes - "Entendemos como vida a força que faz perseverar as coisas em seu ser; e como tal força é distinta dos próprios seres, dizemos justamente que os seres mesmos têm vida." Spinoza
Detalhe da obra Rizoma - Exposição "Na Ponta dos Pés"
