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Por que decorar os nomes dos rios e seus afluentes?

 

 

O rio como uma via. Uma linha que pode dividir territórios, mas os dois lados usufruem desta água que passa. Perto da minha casa havia um rio. Quando passávamos de carro meu pai dizia “já estamos em outra cidade”. O rio recebe a água do mar e também é mar. 

Meu corpo também é constituído por rios. Doze meridianos, artérias e vasos sanguíneos.

E se eu fosse um rio? Um que pudesse aproveitar depressões para escorrer e fazer caminhos novos? Um ribeirão que desemboca num maior. Ao se encontrar com o mar, sobe uma costa extensa até chegar numa água quente e salgada. Fica ali durante um tempo para procriar e toma coragem para atravessar o oceano e visitar um outro rio. Este tem maré e dizem que já foi estreito uma época e depois de um tsunami ficou mais largo. Assim como a água vem, ela vai. E este rio quer passear em outras margens. Contornar continentes, atravessar arquipélagos, penínsulas e oceanos do outro lado do mundo. Ser do todo-mundo. Ao caminhar ao largo de um canal, as pedras se confundem com tartarugas que descansam sobre outras pedras. Volto para uma costa com areia para ficar em terra firme. Essa terra precisa ver a margem e ouvir o som da água. 

 

O nome do rio que me lembro e tive que decorar é o rio Amazonas. Dizem que ele é tão largo que não dá para ver a outra margem. O Rio Negro tem este nome porque a cor da água é escura e o Rio São Francisco tem nome de santo. Todos estes nunca vi. Ribeirão dos Meninos é o nome do rio perto da casa onde vivi a minha infância. Um nome que não sabia até hoje.

"Rio"

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