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ANDREA EBERT
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Opa-cidade

2019 - 2022

Livro fotográfico 28x24,5 cm com 24 páginas

Estar invisível e presente ao mesmo tempo a frente de superfícies opacas, este foi o exercício em fotografar montras tapadas de estabelecimentos comerciais fechados. A opacidade da montra reflete fragmentos de uma cidade e ao mesmo tempo mostra o seu estado de precariedade. Detalhes de vários tipos de materiais que puderam de alguma forma tapar o que lá dentro já não existia, um espaço vazio. O livro traz a arquitetura que emoldura um espaço fechado e revela um exterior que ainda habita. Este trabalho iniciou em 2019 e é um processo contínuo porque as paisagens e as superfícies são constantes. Parte deste trabalho foi editado para o livro Opa-cidade e o as fotografias estão a ser armazenadas neste link https://www.instagram.com/andrea_ebert_opa/

Pára-sol

2022

Vídeo colorido sem áudio, duração de 5’55’’, projetado por uma caixa com uma lente

O objeto passa a ser uma coisa viva que possui um desejo de expandir-se e pertencer a um outro espaço. Após um intenso registro fotográfico de como um pára-sol pode se comportar nos veículos estacionados nas ruas de uma cidade, este objeto passa a ser uma coisa que a fotografia já não consegue mais documentar. O pára-sol é já um ser que de alguma forma pode ser libertado de um objeto fechado e viver coisas que sempre gostou de olhar mas nunca pode sentir. Na exposição Viragem este vídeo foi projetado por um dispositivo caseiro em que os cantos da imagem eram desfocados devido a qualidade da lente. 

Captura de ecrã 2023-08-29, às 12.22.34.png

Ticket Transport

2018 - 2022

258 imagens em slides a partir de um dispositivo numa caixa 20x12x5 cm, com uma lente

Registros fotográficos de estações de transporte ferroviário da cidade de Seul através de um telemóvel. Sem destino e hora marcada, embarcava e desembarcava nas plataformas para captar a arquitetura e objetos que iam surgindo. As fotografias sem tratamento posteriormente foram colocadas em ordem cronológica no instagram www.instagram.com/ticket_transport/ como triptícos e títulos que dialogavam com a imagem. Para a exposição Viragem era possível visualizar as imagens numa caixa com uma lente em que as fotografias podiam ser vistas a partir do ecrã de um telemóvel em slides. 

Enquanto havia uma certa distância entre a artista e o que era fotografado, na exposição o espectador estava extremamente perto do que foi captado. 

Transformar o não familiar em familiar, o contraste do distanciamento e a aproximação extrema na concepção e ao expor, o tempo entre o assunto fotografado e como este pode se aproximar da artista através do arquivamento numa plataforma pública, foram preocupações constantes neste trabalho.

Como estar disponível numa biblioteca

2018 - Em curso

Tapeçaria bordada à mão com 296 x 96 cm - lã sobre tela de juta

Este projeto iniciou-se em uma residência artística em Gwangju - Coreia do Sul. Andrea Ebert tinha o desejo de conhecer e explorar o que havia na biblioteca ACC Library Park. A forma encontrada seria achar os livros ao acaso e assim foi criada uma grelha em relação às estantes dos livros. Com esta grelha a artista convidava pessoas a acharem livros aleatoriamente. Esta grelha preenchida se transformou numa tapeçaria em 2020. O ponto do bordado é a repetição do que podemos ver na composição da tapeçaria, a partir de um ponto quadrado, forma-se desenhos quadrados maiores. Cada quadrado foi bordado de forma independente para serem desfeitos e reconstruídos num outro momento. Este momento aconteceu em 2022 quando esta tapeçaria foi selecionada para fazer parte da Bienal de Exposição Internacional Contextile em Guimarães. O processo de convite foi também realizado na Biblioteca Raul Brandão e na Biblioteca de Belém.

Os livros encontrados nas duas bibliotecas podem ser visualizados neste link https://www.andreaebert.me/pontocruzduplo

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fotografia analógica espaço e tempo

Lomba

2021

Tabloide 84,1 x 59,4 cm - com sete fotografias analógicas 35mm impressas em papel

“Lomba” (palavra utilizada em Portugal)

“Lombada” (palavra utilizada em Brasil)

“Speed bump” (palavra utilizada em Inglês)

O título se refere a um dispositivo que desacelera o objeto em movimento. O método de fotografar um espaço e coisas que levam tempo a serem reveladas e a dupla exposição faz o processo ainda mais lento. Um desejo de um olhar mais longo faz o tempo e a poeira se assentarem. O grão da imagem revela que o tempo pode não ser nítido e a sobreposição conta com o tempo. O tablóide numa escala maior impede uma rápida passagem de páginas e desacelera um ver e transforma num olhar. 

As fotografias foram registradas numa sala em que a observação dos objetos e o lugar acompanhava a leitura do antropólogo Tim Ingold. O livro de "Life of line" era o fio condutor para pensar sobre as coisas que já estão lá e às vezes precisamos de tempo para observar o que já absorveram e arranjar artifícios para esticar este tempo.

Link para visualizar.

Ordem Inversa

2021

Plataforma com 38 livros digitais

A estrutura do livro tem a capacidade de permitir ao leitor habitar neste universo da linguagem visual e literária. Então porque não fazer um exercício sobre estas duas formas de se comunicar? Construir um livro a partir de imagens e convidar autores para ilustrar com texto é uma forma de pensar sobre linguagem e imagem. E por isso também a minha vontade de juntar vários textos para podermos ver a diversidade de ideias e conceitos neste formato. Convidei escritores e pessoas que gostam de escrever para participar neste projeto no início de 2021. Foi oferecido um livro digital com 10 páginas com gravuras abstratas coloridas para os interessados no projeto, assim os participantes enviavam os textos e estes eram diagramados e colocados na plataforma digital. Os livros podem ser visualizados no link https://www.andreaebert.me/ordem-inversa

Captura de ecrã 2023-07-11, às 14.47.20.png
Galeria Tilda

Tilda

2020

Espaço expositivo com 1,45 metros quadrados

A obra pode ser um espaço público? A despensa da casa de Andrea Ebert se transforma em Tilda quando este se torna público. A criação deste espaço no interior de sua casa coloca questões sobre o espaço público e privado e como a artista habita nestes dois campos. O trabalho iniciou em 2020 com a exposição de Luciano Ghiuta através do Clube de Desenho Online em que a Andrea e o Luciano trabalharam sobre a imagem, a construção desta e como esta se mostra para o mundo. Em 2021 aconteceu a exposição "Nas Pontas dos Pés" e em 2022 a exposição "Viragem". A Tilda também teve a oportunidade de fazer uma exposição itinerante numa arrecadação da escola secundária em Cascais para 48 alunos do 11º e 12º ano.

Movimentação

2020

Tapeçaria em lã bordada a mão sobre tela de juta - 123 x 83 cm acompanhada com o vídeo de 2’3’’ colorido com som

(...) o mundo aberto pode ser habitado justamente porque, onde quer que haja vida, a separação da interface entre terra e céu dá lugar à mútua permeabilidade e conectividade. O que chamamos vagamente de chão não é uma superfície coerente, mas uma zona na qual o ar e a umidade do céu se combinam com substâncias cuja fonte está na terra, na formação contínua das coisas vivas. (Tim Ingold, 2011).

 

Como explorar uma superfície sem afetar e dar sombra a outras coisas que estão à minha volta? Este pensamento trouxe o líquen como um organismo que se espalha lentamente, a forma como ele sobrevive e como é a sua postura sobre as coisas. Este trabalho não é uma representação do líquen mas um exercício de imaginar a transformação das coisas em movimento, olhar a postura a habitar sobre uma superfície. O desenho foi constituído a partir de fios de 1,64 cm (altura da artista) quando este fio se acabava, outra cor era bordada. Esta movimentação da ocupação do espaço foi reproduzidas em simultâneo em formato de vídeo.

Mais informações neste link.

05- caminhar numa superf IMG_8009.JPG

4’33’’

2019

Vídeo sem som - 04:33’

“Faça uma concha com as mãos e tape os ouvidos”

Esta frase escrita no início do vídeo sugere ao espectador uma participação. Poderia ser uma continuação de uma participação que no passado se sucedeu entre o sofá e a artista. Um objeto aparentemente abandonado pede ao outro que o traga de volta à vida. 

Há uma esperança no ressuscitamento através dos minutos silenciosos de John Cage, enquanto o espectador escuta a sua respiração.

Livro Objeto

2019 

Pasta arquivo com livro livro de artista - 24x33 cm

Na pesquisa realizada durante a residência artística independente na Biblioteca de Arte Gulbenkian, Andrea quis tratar o livro como objeto e nos 456 livros, foram contabilizados os livros que continham título ou não na capa, numeração ou não no miolo, somente texto, texto e imagem ou somente imagem. Mas surgiu-se outra questão sobre o que fazem aqueles livros na prateleira. Será que são realmente objetos? Será que se tornam uma coisa quando uma pessoa os tira da prateleira? Será que o livro ao juntar-se numa coleção volta a se tornar um objeto?

No artigo “Trazendo as coisas de volta à vida: emaranhados criativos num mundo de materiais” do antropólogo Tim Ingold defende que os objetos têm vida e por isso são coisas. Neste conjunto de  obras podemos ver que o livro pode ser uma coisa, pois está numa transformação contínua. 


Mais sobre este projeto neste link https://www.andreaebert.me/gulbenkian

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